No jogo politico-eleitoral, os adversários de ontem podem se juntar hoje, e os atuais parceiros se separarem amanhã, retomando a parceria no futuro. A literatura especializada está cheia destes exemplos, e também se encontra repleta de consequências negativas como resultados do veto de ‘A‘, ‘B‘ ou ‘C‘.
A exclusão obriga os vetados a se agruparem. Daí o considerar erro grotesco dos tucanos ao se recusar juntar com o PMDB no palanque Mauro Mendes, cabe observar, pode ou deveria provocar a formação de um bloco, o dos ‘excluídos’ (PDT, PMDB e PR), e seria interessante que assim o fizesse, até para apimentar a disputa em Cuiabá.
O problema é que os ‘partidos excluídos’ pelo PSDB não possuem um articulador, capaz de acomodar todas essas siglas em um mesmo palanque
Este grupo poderia atrair outros partidos, tais como o Solidariedade e o DEM. O problema é que os ‘partidos excluídos’ pelo PSDB não possuem um articulador, capaz de acomodar todas essas siglas em um mesmo palanque.
Pior ainda, nenhum deles tem o nome certo para ser o candidato pelo grupo. O espaço se encontra, então, ‘vazio’. Falta alguém para ocupa-lo. Alguém conhecido e que conte com certa simpatia de parte do eleitorado.
Falta, talvez não seja esta a palavra correta, adequada. Afinal, o procurador Mauro Barros poderia ser esse nome, até em razão de ter disputado cinco eleições e a sua capacidade de atrair parte dos eleitores descontentes, como se viu na disputa por uma cadeira na Câmara Federal em 2014.
O PSOL, porém, não faz alianças (exceto com o PC do B). Esta é uma leitura enviesada e equivocada do jogo político-eleitoral e da própria política.
Aliás, em 2012, Clécio Luiz Vieira saiu contra a não aliança do PSOL. Ele concorria à prefeitura de Macapá. Não tinha a menor chance de vencer o candidato à reeleição, Antônio Roberto (PDT).
Por isso, no 2º turno da disputa, o Clécio Luiz – filiado ao PSOL – se juntou ao DEM, PRP, PSDB e PTB, e foi justamente esta aliança que o levou a vitória. Aliança, estranhamente, criticada pela cúpula nacional do PSOL.
Aliança, por outro lado, trabalhada, defendida e elogiada por outro integrante (à época) do PSOL, o senador Randolfe Rodrigues. Esta é uma postura acertada (a do senador e a do candidato a prefeito), uma vez que abre caminhos e ajuda sobremaneira o próprio partido a ocupar maior espaço, e, portanto, a tê-lo maior visibilidade.
Sozinho, o PSOL jamais vencerá uma disputa pela Prefeitura de Cuiabá. Mesmo se viesse a vencer, cabe ponderar, o partido teria que buscar nomes nos mais diversos setores da sociedade, e, claro, de outras agremiações (a prefeitura não possui a todos) para ajudá-lo a governar. Isto porque a sigla não possui todos os nomes para ocuparem – com capacidade e habilidade – as secretarias municipais.
Separada e isolada entre si, na verdade, a atual oposição não chegará à vitória eleitoral neste ano na Capital. Isto porque nenhuma de suas siglas (sozinha) possui um candidato forte, com capital político suficiente para a disputa.
É isso.