Os médicos das unidades públicas de saúde de Cuiabá anunciaram que vão deflagrar greve geral a partir desta segunda-feira (7). O que chama atenção é que a paralisação foi definida por meio do aplicativo whatsapp. Conforme foto abaixo é possível constatar que a presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed/MT), Eliana Siqueira, fez uma consulta sobre a greve em um grupo de médicos e em poucos tempo anunciou que a paralisação foi aprovada por unanimidade pela categoria.
Na mensagem enviada pelo aplicativo, Eliane fala que a assembleia para discutir o indicativo de greve estava acontecendo no sindicato, mas não revela se existia quórum. Segundo informações, a sindicalista recorreu ao whatsapp para aprovar a paralisação sem discutir com profundidade o impacto que isso causaria a população cuiabana em função do esvaziamento da assembleia geral.
Uma hora depois de fazer a consulta a pouco menos de 20 médicos pelo aplicativo, a presidente do Sindimed anunciou que a greve foi aprovada por unanimidade. “A atenção básica e ambulatórios CEM, paralisarão 100%, UPA, policlínicas e pronto-socorro (PS) atenderão apenas urgência e emergência”, disse Eliana Siqueira.
A sindicalista também convocou, para esta segunda-feira, os médicos para paralisarem o trânsito em frente ao Pronto-Socorro de Cuiabá. “Segunda-feira faremos um ato no Sindimed a partir das 8 horas com todos os médicos e se possível com os enfermeiros. Em seguida, faremos panfletagem parando o trânsito na frente do PS”.
A reportagem tentou falar com a presidente do Sindimed para comentar a decisão de deflagrar a greve pelo whatsapp, mas ela não foi localizada.
A greve foi marcada em “assembleia geral” na última quarta-feira (2) e será por tempo indeterminado, segundo o Sindimed.
Os médicos deflagraram greve para reivindicar correção nas horas excedentes, adicional noturno e reavaliação do Projeto de Lei Complementar nº 200/2009 (PCCV), que aumenta a jornada de trabalho dos profissionais lotados nas unidades do Programa de Saúde da Família.
ILEGALIDADE – Antes mesmo de iniciar oficialmente a greve dos médicos da rede municipal de saúde, o desembargador Gilberto Giraldelli atendeu um pedido de liminar antecipada da Prefeitura de Cuiabá e determinou a ilegalidade da paralisação. Na decisão, o magistrado também estipulou uma multa de R$ 50 mil por dia no caso do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso descumprir a decisão.
Na decisão o desembargador afirma que os médicos não esgotaram as negociações com a prefeitura antes de anunciarem a greve. “Não verifico que houve discussões acerca desta pauta negocial entre a classe médica e o município, o que, em tese, reflete medida extrema pelo sindicato, a caracterizar abuso pelo do exercício do direito de greve”, diz Giraldelli.
Apesar de reconhecer o direito a greve e interesses legítimos da categoria, o magistrado aponta que as medidas extremas não podem prejudicar a população. “ Não devemos assumir medidas extremadas, com prejuízo a população, que sofre com a saúde pública oferecida pelos estados e municípios”.
Fonte: Da Redação