Críticas e denúncias estão sempre presentes no campo da política. Elas quase aparecem como contraponto, mesmo que não sejam necessariamente este os fins delas. Embora se saiba que o governante se vale das denúncias igualmente como instrumento para diminuir o trabalho do seu antecessor, mas só quando este pertence ao grupo partidário contrário ao seu.
A oposição, pelo seu turno, também denunciam os erros do atual chefe da administração pública. Este, por sua vez, tende a atacar e a procurar desqualificar a pessoa do político-autor das denúncias e das críticas.
Isto é um erro absurdo, próprio de quem não possui argumento substancial para responder as acusações.
Outro dia, por exemplo, em depoimento a um site, o deputado Zeca Viana foi enfático: ‘O Pedro é honesto’, mas está sendo ‘enganado por gente do seu governo’, e, em seguida, falou de ‘esquemas’ e de ‘escândalos’ que ‘logo virão à tona’, com as ‘empresas que saquearam o Estado na gestão Silval’, são as mesmas que fazem as ‘obras na gestão atual’.
O deputado pedetista agiu como alguém da oposição e de quem tem a responsabilidade também pela fiscalização do governo. Neste sentido, cabe lembrar, ele agiu acertadamente.
Faltou-lhe apenas citar os nomes dos que estão enganando o governador, assim como também deixou de dar um exemplo do que ele chamou de ‘esquema dentro do governo’. A resposta do governador Pedro Taques foi imediata, por meio de um oficio encaminhado ao Ministério Público do Estado.
Com o dito ofício, solicita a apuração das denúncias feitas pelo deputado. Aliás, são palavras do governador: ‘a mera declaração aciona o dever de investigação do Ministério Público’, e ‘é papel do governo colaborar’.
O governador, portanto, foi perfeito, e deu a resposta acertadíssima (melhor seria impossível), que deveria ser elogiada por todos os mato-grossenses.
E não só isso, mas o de que o atual Governo pretende mesmo abrir uma nova página da história das gestões do Estado, ao som da transparência. E ela, a resposta, foi uma das mais importantes ações do tucano e chefe do Executivo estadual, desde a sua posse até hoje.
No Estado de Mato Grosso, desde o início da República, com a posse do coronel Antônio Maria Coelho (o primeiro governador – presidente), cabe dizer, apenas dois governadores tiveram atitudes sensatas e corretas diante de denúncias contra suas administrações.
O primeiro deles, Arnaldo Estevão de Figueiredo que, em setembro de 1948, determinou que o seu secretário de Educação e Cultura respondesse cada uma das denúncias feitas pelo grande jornalista Archimedes Pereira Lima, publicadas pelo jornal ‘Diretrizes’, o qual era editado no Rio de Janeiro.
Posição que revela a transparência da gestão e do governo. É isto que se identifica também hoje, ao se deparar com o conteúdo do ofício encaminhado para o Ministério Público, pelo governador Pedro Taques.
O deputado Zeca Viana, certamente, não esperava por esta resposta. O discurso do governador, então, se materializa nas ações, e estas, cabe lembrar, dão o tom da administração pública.
É isso.
LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e analista político em Cuiabá.
lou.alves@uol.com.br