A juíza titular da Sétima Vara de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, ouviu os depoimentos das testemunhas de defesa o ex-deputado José Riva e seus ex-assessores, Geraldo Lauro e Maria Helena Caramelo, nesta segunda-feira. Acusados de desviar R$ 2 milhões da Assembleia Legislativa, Riva e seus ex-assessores foram presos na Operação Metástase.
Durante a oitiva, o proprietário do Laboratório São Thomé, José Leão, revelou que realiza exames em pacientes de vários municípios encaminhadas pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa. Outra testemunha ouvida pela magistrada foi o piloto de avião Evandro Rodrigues, que foi um dos sequestrados durante a campanha de Janete Riva ao governo do Estado.
O piloto negou as suspeitas do Ministério Público de que Riva abastecia o seu avião com dinheiro da verba de suprimentos da Assembleia Legislativa. “Eu nunca recebi dinheiro da Assembleia para abastecer o avião particular do ex-deputado José Riva. A aeronave era abastecida com o cartão da fazenda de Riva ou pela sua esposa, Janete”, declarou Evandro Rodrigues.
Outros fornecedores e servidores do Legislativo Estadual que tinham contato direto com Maria Helena Caramelo e Geraldo Lauro afirmaram desconhecer a existência de organização criminosa dentro do Parlamento. Eles também negaram pressão de pessoas ligadas aos acusados.
Apontada pelo MP como uma das principais peças do suposto esquema que desviou milhões da Assembleia Legislativa, Maria Helena chorou muito durante todo o depoimento.
O depoimento que chamou atenção foi do ex-prefeito de Castanheira, José Antunes. Ele disse que na época que foi prefeito recorria aos deputados estaduais para resolver problemas relacionados a saúde. Antunes disse que era uma prática constante dos prefeitos em função da omissão do governo estadual. O ex-prefeito negou ainda a existência de um repasse em dinheiro, conhecido por “mensalinho”, para lideranças políticas do interior.
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