O vice-presidente regional do PMDB, deputado estadual Romoaldo Júnior, criticou a postura do deputado federal Nilson Leitão (PSDB), em condenar a possibilidade de os tucanos dividirem o mesmo palanque com os peemedebistas nas eleições de 2016, em Cuiabá.
Na Capital, o partido de Romoaldo tem se mostrando interessado em apoiar a provável candidatura à reeleição do prefeito Mauro Mendes (PSB), mas tem enfrentado resistência dos tucanos, liderados pelo governador Pedro Taques (PSDB).
Nilson Leitão tem sido o maior defensor do distanciamento entre as siglas.
Para Romoaldo, o PMDB tem sido tratado como “leproso”.
“Ele [Nilson Leitão] está tratando o PMDB de Mato Grosso como leproso. Mas está esquecendo que o PMDB é um dos maiores partidos do Estado, tem milhares de filiados, muitos vereadores, muitos prefeitos. E muitos desses até tinham uma simpatia pela candidatura dele ao Senado em 2018”, disse ao MidiaNews.
“Essa postura do Leitão está desagradando muito os membros do partido. Tínhamos a simpatia de apoiá-lo para senador. Hoje, além de ter a candidatura do Blairo Maggi, a orientação é que, nos municípios, diretórios municipais, vereadores, aguardem uma segunda opção para o voto ao Senado, já que o Nilson quer distância do PMDB”, afirmou.
O deputado revelou que, caso o posicionamento de Nilson seja compartilhado pelo governador Pedro Taques, irá declarar, oficialmente, o PMDB como oposição à atual gestão.
“O PMDB tem três deputados que apoiam o Governo do Estado aqui. Mesmo com a posição independente, nós três deputados temos apoiado. Então, vou conversar com o governador para saber se ele não tem mais interesse em ter o apoio da bancada do PMDB na Assembleia, porque está ficando constrangedor apoiar o Governo e ser, praticamente, impedido de estar no mesmo palanque que o PSDB”, disse.
“Por que o partido é bem-vindo para apoiar o Governo, com três votos, em matérias importantíssimas, mas quando está no palanque, temos que descer? Quero saber se o governador comunga com essa postura, para tomarmos uma postura também diferenciada no plenário. Temos ajudado o Governo, de um lado, mas de outro tem um presidente de partido nos expulsando, nos colocando como leprosos”, completou.
Quem define é Mauro
Para Romoaldo Júnior, o único com direito de vetar alguém no palanque é o eventual candidato – no caso, o prefeito Mauro Mendes.
“Quem tem que definir o palanque de 2016 é o prefeito Mauro Mendes, não o Nilson Leitão. Porque o PMDB tem uma simpatia muito grande pela candidatura do Mauro Mendes, tem lideranças que podem ajudá-lo muito na reeleição”, afirmou.
“Temos simpatia pela reeleição dele. De estar junto com ele, coligando. Mas a definição tem que ser do prefeito, não de um partido que acabou de decidir que vai coligar querendo vetar apoiadores. O Mauro é que tem que dizer se quer vetar o partido”, disse.
Silval Barbosa
Por fim, o parlamentar disse acreditar que Nilson Leitão e membros da legenda tucana confundiram o PMDB com o ex-governador Silval Barbosa, preso desde 2015, acusado de chefiar um suposto esquema de cobrança de propina, por meio do Programa para o Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic).
“Estão confundindo o PMDB, um partido de 30 prefeitos, centenas de vereadores, mais de 15 mil filiados, com a figura do Silval. O Silval não é o PMDB, é um dos filiados do partido, mas não é o todo”, disse.
No entanto, ele minimizou a prisão do ex-governador e disse não acreditar que sua figura irá prejudicar os candidatos do PMDB, nas eleições deste ano.
“Ele não prejudica, de forma nenhuma. Ele passa por um processo que, tenho certeza, lá na frente será esclarecido. Ele é membro do partido há muito tempo, foi uma das lideranças e passa por um processo que temos que respeitar”, completou.
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