"> Assessor de Sílvio isenta Emanuel Pinheiro de receber propina no Paiaguás – CanalMT
CanalMT

Assessor de Sílvio isenta Emanuel Pinheiro de receber propina no Paiaguás

Pablo Rodrigo do DC

O servidor da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Valdecir Cardoso de Almeida, que foi o responsável pela instalação da câmera que filmou diversos deputados recebendo maços de dinheiro no gabinete da Governadoria, no Palácio Paiaguás, registrou em cartório uma declaração pública em que afirma que o dinheiro em que o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB), aparece recebendo nas gravações feitas pelo ex-chefe de gabinete Sílvio César Correa, seriam para quitar uma dívida entre o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o irmão do prefeito, o empresário Marco Polo de Freitas Pinheiro, conhecido como “Popó”.

A declaração consta na juntada do inquérito 4596 do Supremo Tribunal Federal (STF) e faz parte da defesa apresentada pelos advogados de Emanuel Pinheiro.

No dia 1º de setembro, Valdecir compareceu ao Cartório de 2º Ofício em Cuiabá e registrou a declaração, informando que o contexto em que Emanuel Pinheiro, na época deputado estadual, aparece no vídeo gravado Sílvio, seria por conta de uma dívida entre “Popó” e Silval Barbosa.

“Quero deixar claro que não foi abordado neste vídeo, que o Dep. Emanuel tem um irmão chamado Popó, que é proprietário de um instituto de pesquisas políticas eleitorais, o qual esse instituto era o mesmo que prestava serviços para o então chefe de gabinete Silvio, e é do meu conhecimento que o instituto ‘Mark’ realizou várias pesquisas no Estado e na capital para o Silvio. Também sei que várias delas não foram pagas integralmente, pois diversas vezes o Popó falou comigo sobre pagamentos das mesmas que estavam atrasados, querendo que eu intercedesse junto ao Silvio, para que os pagamentos fossem quitado. Como eu ficava com o telefone do Silvio, recebi várias ligações do Popó, e passei todos os recados para o mesmo [Silvio], o qual me disse em oportunidade que já estaria resolvendo com então Dep. Emanuel.”, diz trecho da declaração assinada por Valdeci que na época era assessor de Silvio César Correa.

“No dia desta gravação que foi apresentada no Jornal Nacional eu notei que havia muita conversa e muita gente no palácio, inclusive vários Dep. Estaduais em uma sala reservada para reuniões, não vi a presença do Dep. Emanuel, que chegou pela recepção principal do palácio. Pediu que gostaria de falar com o Silvio, neste momento fiquei aflito pois era quem comandava a entrada das pessoas na sala do Silvio. Como sabia que estava ocorrendo algo diferente nesse dia, até tentei evitar a entrada do Dep. Emanuel, mas quando Silvio notou a presença dele, mandou-o entrar. Após ver a apresentação da matéria do vídeo, fiquei chateado por saber que a presença do Dep. Emanuel nesse dia, além de não ser comum estar lá, teria ido para tratar sobre o assunto do seu irmão Popó que já não conseguia mais falar com o Silvio e pedir sua ajuda. Portanto acredito que o fato do Dep. Emanuel estar lá justo nesse dia, pois não frequentava lá, não tem nada haver com o recebimento do tal mensalinho e sim receber parte dos pagamentos atrasados de seu irmão Popó”, complementa Valdecir.

Conforme a delação de Silvio Correa, o seu ex-assessor foi o responsável por colocar a câmera e ajustar o enquadramento.

Além de Emanuel Pinheiro, os deputados estaduais Gilmar Fabris (PSD), Zé Domingos Fraga (PSD), Baiano Filho (PSDB), os ex-deputados Jota Barreto (PR), Antônio Azambuja (PP), Alexandre César (PT), Airton Português (PSD), Luiz Marinho (PTB), o atual deputado federal Ezequiel Fonseca (PP) e a prefeita de Juara Luciane Bezerra (PSB), aparecem nos vídeos.

De acordo com a delação de Silvio, as gravações foram feitas devido à pressão que a Assembleia exercia sobre o governo. Como exemplo, afirma que mensagens do Executivo não eram votadas sem a liberação do mensalinho de R$ 50 mil.

A defesa do prefeito Emanuel Pinheiro solicitou que Valdecir Cardoso de Almeida fosse ouvido pela justiça sobre o assunto. A defesa também solicita que um áudio gravado pelo ex-secretário de Estado Alan Zanatta, onde Silvio revela que teria ficado com um garimpo, também seja periciado e levado em consideração, além de que às investigações envolvendo o prefeito voltasse a ter sigilo.

A nossa reportagem entrou em contato com a defesa do ex-chefe de gabinete, mas até o fechamento desta edição, não atendeu as nossas ligações.


O que achou desta matéria? Dê sua nota!:

0 votes, 0 avg. rating

Compartilhar:

Deixe uma resposta