"> Monumentos iluminados – CanalMT

Monumentos iluminados

No Dia das Crianças, estive na Arena Pantanal com meu filho e netos de Brasília. A Arena estava com sua máscara solar iluminada, como deveria estar todas as noites.

Ainda que a iluminação estivesse com algumas falhas, estava maravilhosa como uma nave extraterrestre pousada em solo cuiabano.

Lembrou aquele contato imediato de primeiro grau imaginado por Spielberg, em seu filme da década de 70.

Meu filho ficou impressionado com o número de pessoas presentes e, inclusive, temeroso quanto à possibilidade de um acidente com tanta gente trotando, correndo, andando de skate, patins, bicicletas e quadriciclos em comboios com famílias inteiras felizes, distantes da tradicional e nociva combinação de TV, sofá, pipoca, pizza, cerveja e refrigerante dos lanches de domingos e feriados, que vão nos matando aos poucos.

A iluminação de monumentos urbanos é uma prática comum na maioria das cidades do mundo.

Destacados com a iluminação não só afagam o ego dos locais como propiciam pontos de encontro agradáveis, e são capazes, inclusive, de atrair turistas, gerando empregos formais e informais, renda e cultura para a população local.

Assim são tratados edifícios significativos, estátuas, fontes, obeliscos embelezando e encantando os moradores e visitantes.

Sei que alguns contestarão de pronto, argumentando que nós precisamos é de hospitais, cadeias, tratamento de esgoto, acabar o aedes aegypti etc.

Penso, entretanto, que só trataremos corretamente as mazelas do passado numa perspectiva positiva de construção do futuro.

Se nos ajoelharmos para consertar erros do passado, ficamos de costas para o futuro e não cuidamos nem do passado nem do futuro. Como vem acontecendo.

Apesar das tentativas de alguns governantes, dirigir pelo retrovisor nunca dá certo.

E temos alguns belos exemplos em Cuiabá mesmo, as igrejas do Rosário, do Bom Despacho e Santuário da Auxiliadora, quando iluminadas, encantam a todos, aos daqui e aos turistas.

E como ficou fascinante a Igreja do São Gonçalo, no Porto, com o seu Redentor de 3,6 metros recém-iluminado a 40 metros de altura.

Teria ainda os mastros da Praça da Bandeira, a torre da TVCA e não me lembro de outro. Mas poderiam existir. Um deles é a Ponte Sérgio Mota.

É um crime que ela não seja iluminada fericamente. Trata-se de uma edificação monumental de grande beleza e riqueza técnica, pioneira no Brasil nesse tipo de tecnologia.

Um cartão postal da cidade desprezado, a nossa Hercílio Luz abandonada. Uns dizem que está assim só porque foi outro que fez.

Aos que questionam a prioridade de equipamentos que permitem à população a fruição do belo, atividades esportivas e de lazer, gosto de perguntar se têm a ideia de quanto é poupado por ano ao sistema público de saúde pelos bonitos parques urbanos de Cuiabá. Inclusive. a Arena com sua praça, trazendo satisfação e alegria, que também significam saúde.

E à Segurança Pública também, pois a juventude passa a ter outras alternativas que não as drogas e a violência para o exibicionismo juvenil, tão naturais nessa faixa etária.

Outros exemplos que poderiam ser destacados na paisagem cuiabana seriam o obelisco da Praça do Porto, uma homenagem de Corumbá nos 50 anos de sua retomada pelos cuiabanos.

O obelisco do Centro Geodésico marcando o centro do continente, o Palácio da Instrução, o Palácio Alencastro e a Catedral Metropolitana, depois de reformados, o antigo Grande Hotel, a Igreja da Boa Morte e Senhor dos Passos e os velhos casarões em restauração pelo Iphan.

Não poderia esquecer o monumento deixado na cidade pela Fifa, uma grande bola  lembrando a Copa 2014 que teve Cuiabá como uma de suas invejadas sedes.

Talvez o Tricentenário os ilumine, a eles a aos nossos mandatários.

JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS, arquiteto e urbanista, é membro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (CAU/MT) e professor universitário.

joseantoniols2@gmail.com 


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